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Foto do escritorLuis Fernando Marcondes - Fefo

Qual a sua inflação pessoal?



A ANS fixou em até 13,57% o reajuste aos planos de saúde médico-hospitalares individuais ou familiares. Esse aumento é maior do que a inflação oficial de 10,67% de 2015.

Como o custo do plano de saúde é grande nos nossos bolsos, sentimos esse reajuste como uma bomba estourando ao lado. Assim como esse, podemos citar muitos outros exemplos de aumentos bem acima da inflação nos produtos e serviços onde destinamos nosso dinheiro diariamente.

Quem vive em São Paulo pode ter notado que produtos que compramos vem subindo com muita força há meses. Por exemplo, um produto indulgente como o sorvete tem aumentado absurdamente de preço. Imagine que um frasco de 500 ml de uma marca que frequentemente compro subiu de R$22 para R$31 em apenas 8 meses. Isso significa quase 41% de aumento. Provavelmente todos nós podemos citar ao menos um exemplo parecido.

Esse exemplo se estende para produtos de limpeza, higiene pessoal, alimentos, escolas, lazer, e quase tudo que consumimos.

Seja em consequência do dólar, aumento das commodities internacionais ou mudanças dos direitos dos domésticos, isso tudo implica na queda abrupta do nosso poder aquisitivo.

Se nossos ganhos não subirem na mesma proporção que nossas despesas, já não conseguimos ter o mesmo padrão de vida.

Assim como nossos salários, a mesma preocupação tem que se ter com nossos investimentos. Quando consideramos a taxa de retorno, ou o lucro das nossas aplicações, dificilmente consideramos a inflação, nos iludindo somente com as taxas altas de juros acima de 14% ao ano. Não podemos esquecer que tais taxas de juros existem para poder conter nossa inflação que já fugiu da meta há bastante tempo.

As poucas pessoas que se lembram de computar a inflação quando olham o retorno de seus investimentos, raramente calculam a sua inflação real, que é o quanto suas despesas mensais subiram por conta dos aumentos dos preços. Essa inflação tem sido muito maior que a do IPCA. Voltando ao caso de São Paulo, facilmente vemos um aumento de despesas no orçamento familiar acima de 25% em 2015.

Em conclusão, a pessoa que vê seus rendimentos nominais girarem em torno de 15% no ano e seus gastos familiares subirem mais de 20% no mesmo período está deteriorando seu patrimônio rapidamente sem se dar conta. Ganhar do Ibovespa ou acompanhar a taxa Selic não interessa para a preservação de seu patrimônio. A única medição que importa é ganhar acima de sua inflação pessoal e assim preservar seu poder de compra.

Como podemos calcular “nossa inflação pessoal”? Temos que ter uma base de cálculo, e a melhor delas é gastar um tempo montando um orçamento anual das despesas separadas pelos mais relevantes gastos da sua família. Pode parecer uma coisa chata de se fazer, mas garanto que esse hábito irá aumentar muito seu poder de construção de patrimônio.

Uma vez que se fez seu orçamento mensal, o próximo passo é comparar com o quanto realmente se gastou no mês. Dessa forma, criamos um histórico de nossos gastos e sabemos de uma maneira rápida e clara quanto cada uma das despesas mais relevantes aumentaram de preço.


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